Essa postagem é uma passagem do
livro Falun Gong de Li Hongzi. A parte mostrada se refere ao primeiro ponto do
Capítulo I, intitulado
As Origens do Qi
Gong. Acho legal conferir. Quem quiser pode baixar o livro completo em PDF
pela internet,
http://www.falundafa.pro.br/livros/Falun_Gong.pdf
O qigong ao qual nos referimos até
hoje não foi, de fato, originalmente chamado de qigong. Ele se originou de
caminhos de cultivo solitário dos antigos povos chineses e do cultivo em
religiões. O termo de dois caracteres, qi e gong, não é citado nos textos das
Escrituras de Cultivo de Dan, Cânones Taoista10, ou na Tripitaka11.
Durante o curso do desenvolvimento da atual civilização humana, qigong
atravessou um período, quando as religiões estavam em suas formas embrionárias.
Ele já existia antes das religiões existirem. Depois que as religiões se
formaram, ele adquiriu uma conotação religiosa. Os nomes originais do qigong
eram: O Grande Caminho de Cultivo de Buda ou o Grande Caminho de Cultivo do
Tao. Ele tinha outros nomes como a “Alquimia Interna dos Nove Invólucros” a
“Via do Arhat12” ou a “Diana de Vajra13”, etc. Agora nós
o chamamos de qigong, por ele se adequar
ao pensamento moderno e ser mais facilmente popularizado na sociedade. Na
realidade qigong é algo que existe na China com o único propósito de cultivo do
corpo humano.
Qigong não é algo inventado por esta
civilização. Ele tem uma história extremamente antiga que remonta a épocas
passadas. Então, quando qigong surgiu? Alguns dizem que qigong tem uma história
de 3.000 anos, e tornou-se bastante popular durante a Dinastia Tang14.
Alguns dizem que tem 5.000 anos e que é tão antigo quanto a civilização
chinesa. Alguns dizem que, julgando pelas descobertas arqueológicas, ele tem
uma história de 7.000 anos ou mais. Eu considero qigong como algo não inventado pela atual
civilização – ele é da cultura pré-histórica. De acordo com investigações de
pessoas com habilidades supranormais, o universo no qual vivemos é uma entidade
que foi reconstruída após ter explodido nove vezes. O planeta no qual vivemos
foi destruído muitas vezes. Cada vez que ele foi reconstruído,o ser humano
começou a se multiplicar de novo. Agora, nós já sabemos que existem muitas
coisas na Terra que ultrapassam nossa atual civilização. De acordo com a
“teoria da evolução de Darwin”, o homem evoluiu a partir de um símio e a
civilização não possui mais do que 10.000 anos de idade. Porém, descobertas
arqueológicas revelam que em cavernas dos Alpes Europeus existem afrescos de
250.000 anos atrás, que mostram um nível artístico muito elevado que vai além
das habilidades das pessoas de hoje. No Museu da Universidade Nacional do Peru
há um grande bloco de pedra no qual foi entalhada uma figura de uma pessoa
segurando um telescópio e observando as estrelas. Essa gravura soma mais de
30.000 anos de idade. Como sabemos, Galileu inventou o telescópio astronômico
de 30X em 1609, pouco mais de 300 anos atrás. Como poderia existir um
telescópio 30.000 anos atrás? Na Índia, há um pilar cujo teor de ferro é de
99%. Nem mesmo a moderna tecnologia de fundição poderia produzir ferro com tão alta
pureza; esse pilar ultrapassou os limites da tecnologia moderna. Quem criou
tais civilizações? Como poderiam os seres humanos – que deveriam ser
microorganismos naqueles tempos – terem criado aquelas coisas? Essas descobertas
têm chamado mundialmente a atenção de
cientistas. Elas são consideradas como pertencentes a uma cultura pré-histórica
já que elas não podem ser explicadas.
O nível de realização científica foi
diferente em cada um desses períodos. Em alguns períodos foi relativamente
alto, ultrapassando o da civilização moderna. Mas, aquelas civilizações foram
destruídas. Portanto, eu digo que qigong não foi inventado ou é produto da
atual civilização, mas foi descoberto e aperfeiçoado pelas pessoas de hoje.
O qigong é de uma cultura pré-histórica.
O qigong não é exclusivamente um
produto do nosso país [China]. Ele existe também em outros países, mas não é
chamado qigong. Países do ocidente, tais
como os Estados Unidos, a Inglaterra e etc., o chamam de “mágica”. [...] De uma
perspectiva de baixo nível, o qigong pode mudar as condições do corpo
alcançando curas e boa saúde. De uma perspectiva de alto nível, qigong refere-se ao cultivo do corpo-original
(benti15).
Legendas:
10. Escrituras de Cultivo de Dan (dan), Cânones Taoista – Antigos textos
clássicos taostas chinêses para
prática do cultivo.
11. Tripitaka – “As Três Cestas”, também conhecida como o Cânone de
Pali. Uma
coleção de textos em linguagem
Pali que formam a base das doutrinas do Budismo
Theravada. Suas três partes são:
os ensinamentos de Buda, o código monástico e os
tratados filosóficos específicos.
12. Arhat (arrat) – Um ser iluminado com Status de Realização na
Escola Buda que
está abaixo de Bodisatva e
Tatagata.
13. Diana de Vajra – Diana significa “Meditação”, enquanto Vajra
pode ser
traduzido como “Raio”, “Diamante”
ou “Indestrutível”.
14. Dinastia Tang – Um dos mais prósperos períodos da história da
China (618-907 d.C.).
15. Benti – 1. “O Ser
Verdadeiro”; 2. o corpo físico e os demais corpos sutis
existentes em outras dimensões.
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O autor Li Hongzi é uma figura
alvo de polêmicas na China, e em conjunto com seus seguidores, os praticantes
do Falun Gong, sofreram e sofrem perseguições. Mestre Li se estabeleceu em
outros países para poder disseminar a prática do Falun Gong. E mesmo distante
da China, algumas embaixadas ainda criticam ferozmente Li Hongzi. Alguns dizem
que os praticantes são instigados à rebeldia, e que o mestre Li se aproveita,
através de promessas de curas milagrosas, do dinheiro angariado por sua “seita”
para viver na luxúria. Outros revelam que os ensinamentos garantem a melhora da
saúde e o despertar da consciência, e embora realmente os diversos grupos de
Falun Gong espalhados pelo mundo sejam bastante ativos quando perseguidos,
essas ações são através de manifestações pacíficas como distribuição de
panfletos, esclarecimento da prática, entre outros; o que possa talvez se
caracterizar em “rebeldia”, principalmente na China, onde a repreensão contra
movimentos sociais é mais rígida.
Sobre a prática, segundo meu
olhar superficial, pois ainda não li a obra por inteiro, e nem conheço muito a
respeito da história do Mestre Li Hongzi, o Falun Gong segue uma linha budista,
mas consegue abarcar conceitos compartilhados por diversas linhas do pensamento
chinês (isso é até meio lógico, pois a maioria das linhas filosóficas sofreram
uma espécie de sincretismo na China, e até existem lendas onde são justapostas
personagens hindus e taoístas), mas sua ênfase segue o pensamento budista. São
exercícios estáticos e acompanham respiração, mentalização e condução do Qi e o
cântico de mantras. Além de acumular, segundo meu olhar ignorante mais uma vez,
uma espécie de energia “Gong” (ou a materialização da energia) tanto para
auto-cura como para curar outras pessoas.