Por mais sensacionalista que seja a mídia, nunca é demais chamar atenção para uma monstruosidade como essa ocorrida na última sexta-feira (14/12), em Newtown, nos Estados Unidos.
Aqui, não serão mostrados comerciais com atores famosos, ou quadros com necessidades superficiais com celebridades, logo após um fato (FATO, não mera "notícia" televisiva) como esse, mas a ênfase que, independente de religião, de classe, de gênero ou qualquer individualidade ou outra "complexificação social" precisamos de fato de uma cultura de respeito ao próximo, em sua mais rica simplicidade que é a de considerar o "outro", seu Semelhante, seu Igual, Ser Humano.
Todos somos Iguais, e por isso mesmo, possuímos a mesma capacidade criativa frente às mais diversas situações em nossas vidas; e por isso mesmo também, a mesma capacidade de criar símbolos, instituições, culturas diferentes. Mas de vez em quando, parece que esse caminho de extrema complexificação e diferenciação cultural nos impede de olharmos para trás e enxergarmos que todos partirmos do mesmo ponto e retornaremos para ele.
Que esse véu, que em nossa ignorância rotineira, se mostra para nós como uma cortina de ferro, um muro intransponível, possa ser retirado. Como uma coisa tão simples e leve como um véu pode transformar-se em um muro rígido, grande, pesadíssimo, capaz de ser necessário anos, as vezes décadas, para sua demolição, e quando assim, ainda deixando marcas profundas no chão onde foi erguido. Que possamos tomar consciência do quão fácil pode ser o fato de apenas retirarmos o véu, e passarmos a perceber o quanto Iguais somos, dignos de respeito. Respeito a Vida.
Fatos horrendos como esses, nos obriga a pensar o quanto nossa sociedade (global) ignorou a vida e passou a priorizar lucros, estereótipos, marcas, modas, puerilidades, falsidades, viramos uma "aldeia de ignorar a vida global". Globalizamos um modo de vida, que ignora o próprio fato de viver, e onde se estimula uma vida baseada no consumo, consumo não apenas desses exemplos acima, mas do consumo da própria vida. Quanto mais tragédias terão que ocorrer para reconhecermos o estado doentio que erode a sociedade? Lembremos dos que morrem todos os dias nas guerras politicamente criadas no Oriente Médio, nos bairros periféricos que circundam e sustentam o luxo expropriado, nas ruas vizinhas a nós, nas mortes nas filas dos hospitais, na nossa morte que vem ocorrendo aos poucos, quando aceitamos mais acontecimentos como esses.
Por mais absurdo que seja, embora sejamos humanos, precisamos nos Humanizar.
Aqui, nossas condolências.